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Canção Nova

Canção Nova

Grande atração turística religiosa de Cachoeira Paulista, recebendo milhares de adeptos durante os eventos da comunidade. Entre destaques está o Santuário Pai das Misericórdias.

“Faça alguma coisa”. Esse chamado feito há mais de três décadas ao monsenhor Jonas Abib por Dom Antônio Afonso de Miranda, bispo emérito de Taubaté (SP), ecoa forte e instigante até os dias de hoje, não só dentro de corações e mentes dos membros da Canção Nova, mas para muito além dos limites geográficos da Chácara Santa Cruz – a sede desta comunidade ligada ao Movimento Católico Carismático; situada entre o Rio de Janeiro e São Paulo, no município de Cachoeira Paulista (SP).

Essa aventura de fé começou a ser escrita, em 1978, por 12 jovens liderados por um padre salesiano de testemunho de vida exemplar. E continua sendo construída todos os dias por mais de mil membros – a maioria anônima – entre sacerdotes, seminaristas, leigos, celibatários, casados, homens, mulheres, pais, mães e filhos de diferentes idades, profissões, origens e nacionalidades.

A história da Canção Nova, não por acaso, se confunde com a vida e o ministério desse líder religioso, que se tornou seminarista salesiano em Lorena (SP); depois cantor, músico e compositor de talento para se curar de uma gagueira e para lhe ser útil na evangelização. Tornando-se também animador de jovens em retiros espirituais e, por fim, o fundador e o grande timoneiro espiritual dessa comunidade católica atuante, na qual pessoas, de diferentes estados de vida, vivem em sadia convivência com a missão de evangelizar.

Como tudo começou

Jonas Abib era seminarista e estava fazendo o último ano de Teologia. O Senhor começou a agir nesse homem de Deus – de infância pobre vivida no bairro de Vila Nova Cachoeirinha, periferia de São Paulo – quando ele menos esperava. Ficou doente e foi transferido para Lavrinhas, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Ele ainda não sabia, mas o Senhor já o estava empurrando para aquilo que viria a ser seu “campo de ação” e lhe mostrando o lugar onde realizaria o que fora determinado por Ele desde sempre.

Como não melhorou da enfermidade, o jovem seminarista foi enviado para o hospital de Piquete, também no interior paulista. Eram os caminhos de Deus, entrelaçados pelos da Virgem Maria. Naquela mesma época, na Diocese de Lorena, haveria uma “Mariápolis”, um tipo de encontro realizado pelos focolarinos. Mesmo debilitado, Jonas participou porque sentia um chamado do Senhor. E eis que Ele não falhou! O seu encontro pessoal com Jesus aconteceu ali.

“Deus foi subversivo comigo! Deu-meu uma doença; com ela levou-me para o Vale do Paraíba, em Piquete; e depois, em Lorena, levou-me para o encontro. O impressionante é que depois da ordenação desapareceram as dores de cabeça, o ‘embaralhamento’ de vista; tudo desapareceu! Era um pretexto de Deus”, lembra monsenhor Jonas Abib.

Em 1968, começaram os primeiros encontros com os jovens. A base da missão era lhes proporcionar o encontro pessoal com Cristo. No final de 1969, o jovem Jonas descobriu que estava tuberculoso e se transferiu para um sanatório em Campos do Jordão (SP); onde, além de se tratar, passou vários meses evangelizando. Preocupado com sua recuperação, o superior dele o enviou novamente para Lorena. Era Deus agindo novamente!

No dia 2 de novembro de 1971 o Senhor deu o “cheque-mate” em Jonas. Padre Haroldo Rahn, da Renovação Carismática Católica, ofereceu um encontro para os seminaristas de Lorena sobre a efusão e os dons do Espírito Santo. “Realmente não entendi bem o que era a Renovação; tampouco o que era efusão e os dons do Espírito Santo. Porém, os desejei do fundo do coração. Entendi que era o que me faltava!”, partilha monsenhor.

Daí em diante começou a caminhada para o que hoje é a Comunidade Canção Nova. A partir de 1972, começaram as experiências de oração no Espírito Santo, em Lorena. Assim, esse grande mensageiro de Deus já tocava na essência de sua missão: preparar um ambiente propício para que as pessoas pudessem ter o primeiro encontro pessoal com Cristo e o batismo no Espírito Santo.

A necessidade de um local apropriado para os encontros começou a surgir. Uma fazenda em Areias (SP) apareceu com a Divina Providência e a partir daí nasceu a Associação Canção Nova. Dois anos depois, Deus providenciou um objetivo maior e a primeira Casa de Missão começou a ser construída na cidade vizinha, em Queluz (SP). Batizada de “Canção Nova – a Casa de Maria”, o nome aponta a origem do que se tornaria a Comunidade mais tarde. Em junho de 1976 foi realizado o primeiro encontro: um Maranathá de moças. Começava aí uma história de fé e aventura em Cristo.

Chamado inspirador

A partir de um encontro, em 1976, com Dom Antônio Afonso de Miranda, na época bispo de Lorena (SP), nasceram as bases evangelizadoras da Canção Nova. Chamado ao escritório episcopal, padre Jonas, então com 37 anos, recebeu a missão de colocar em prática a Exortação Apostólica “Evangelii Nuntiandi”: Evangelização no Mundo Contemporâneo, assinado pelo Papa Paulo IV em 8 de dezembro e publicado em 21 de dezembro de 1975. O Santo Padre reconhecia no item 44 desse documento que “os batizados não são evangelizados”.

Ao apresentá-lo para o padre Jonas, Dom Antônio disse: “É hora de evangelizar porque os batizados não são evangelizados. Como você trabalha com jovens, comece com eles. Faça alguma coisa!”. O item 45 do mesmo documento – o de levar a Boa Nova a milhões de pessoas por intermédio dos meios de comunicação – também acabaria por inspirar o surgimento do Sistema Canção Nova de Comunicação.

Durante os anos de 1976 e 1977, padre Jonas oferecia encontros chamados “Catecumenatos” – um curso de catequese para jovens. Os pais, vendo a transformação dos filhos, também queriam participar. Dessa forma, acontecia ao pé da letra o que dizia o documento apresentado por Dom Antônio Afonso de Miranda ao padre Jonas: “(…) Tocados pela graça, descobrem pouco a pouco o rosto de Cristo e experimentaram a necessidade de a Ele se entregar” (EN, n. 44).

Passado um tempo, padre Jonas sentiu a necessidade de lançar um desafio à juventude: iniciar um “Catecumenato” interno, no qual os jovens deixariam a família, a casa e os estudos para se entregarem ao Espírito Santo. Os jovens de Queluz foram os primeiros a ser chamados e doze deles aceitaram a missão. No dia 2 de fevereiro de 1978, dava-se inicio à Comunidade Canção Nova com o seu primeiro compromisso.

Mas Deus queria muito mais desse profeta da modernidade e colocou forte em seu coração o próximo capítulo do documento:

“Em nosso século tão marcado pelos mass media, ou meios de comunicação social, o primeiro anúncio, a catequese ou o aprofundamento interior da fé, não pode deixar de se servir desses meios conforme já tivemos ocasião de acentuar. Postos ao serviço do Evangelho, tais meios são suscetíveis de ampliar, quase até o infinito, o campo para poder ser ouvida a Palavra de Deus e fazer com que a Boa Nova chegue a milhões de pessoas. A Igreja se sentiria culpável diante de Seu Senhor se ela não lançasse mão desses meios potentes que a inteligência humana torna cada dia mais aperfeiçoados. É servindo-se deles que ‘apregoa sobre os terraços’ a mensagem de que ela é depositária. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito. Graças a eles consegue falar às multidões” (EN, n.45).

Tudo o que a Canção Nova é hoje nasceu desse documento pontifício sobre a evangelização e de uma experiência concreta disso [evangelização]. Dom Antônio foi enviado pelo Senhor para definir as coisas, mas não imaginava o alcance do que estava fazendo: Deus já estava usando algumas pessoas como instrumento.

Algum tempo depois, o Senhor preparou um plano maior para aquela missão e enviou padre Jonas e seus jovens missionários para Cachoeira Paulista, município do interior de São Paulo que seria conhecido mundialmente, mais tarde, como a “Cidade da Fé”.

Em 1979, logo depois do Rebanhão [retiro aberto realizado nos dias de Carnaval, em Cruzeiro (SP)], os enviados do Senhor começaram a construção de quatro casas em Cachoeira Paulista. Como ganharam apenas uma faixa do terreno, não era conveniente espalhar mais casas porque sabiam que iriam precisar da área restante para outras construções; então, foi feito apenas um sobrado.

Depois de alguns anos, com a Divina Providência, foram adquiridas mais terras e hoje o local conta com cerca de 372 mil m², onde fica o Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes (para 70 mil pessoas); o Rincão do Meu Senhor (para 4 mil pessoas); e o Auditório São Paulo (para 700 pessoas). Além de capelas; posto médico; escola; restaurante; padaria; postos bancários; lojas de artigos religiosos; pousada; área de camping e, no entorno, prédios administrativos e obras sociais.

“Cachoeira Paulista é o lugar onde Deus nos colocou para viver de maneira privilegiada a missão de evangelizar. Realizar essa evangelização pelos meios de comunicação: a mídia”, conclui monsenhor Jonas.

fonte: cancaonova.com.br

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